domingo, 29 de abril de 2012

Another Level - Capítulo 22

CAPÍTULO 22
Tomando uma Séria Decisão



Faltando apenas alguns dias para a tal aguardada reunião familiar, Rayzaki parecia ser o único que não tinha nenhum interesse em tal assunto.
Sua total atenção estava em nivelar sua habilidade. Iluminado já tinha atingido nível 9 com 83%.
Estava difícil conseguir aumentar o nível, mas ele não ia desistir. Quanto as pílulas-avatares, finalmente havia aparecido uma que ele conhecia. Bom, o nome lhe parecia familiar, mas ele não tinha ideia de quem era. Era uma pílula vermelha, um personagem da Marvel.
Legião.
Ele não sabia porque, mas este nome lhe dava uma sensação de perigo. Um preço que devia ser pago para usa-la. Esta misteriosa pílula não tinha nenhuma restrição. Se não fosse por esta forte sensação de perigo, ele já a teria tomado sem hesitar.
Depois de considerar por algum tempo, Rayzaki decidiu seguir sua intuição, ele achou melhor deixar de lado a pílula por hora e se focar em atingir o nível 10 da habilidade Iluminado.
(....)
Rayzaki correu e correu sem descansar por um momento. Tudo devia voltar a ser como era. Como foi que ele deixou chegar a tal ponto?
Isto era uma calamidade. Uma completa e perfeita calamidade com C maiúsculo.
O mundo estava envolvido em trevas. Criaturas grotescas saiam do chão como cadáveres em um filme de terror absoluto.
Em meio as trevas, sete brilhos estranhos que não pareciam ser maiores do que uma ameixa.
Os sete brilhos de cores diferentes (preto e violeta, vermelho, azul, rosa, laranja, verde vil, amarelo mel), giraram em uma espiral como se fossem atraídos pela força gravitacional de algo no centro.
Os sete brilhos diferentes brilharam intensamente a ponto de cegarem, em seguida se extinguiram. Logo depois, como um suspense bem feito, do centro surgiu um par de olhos negros e violetas com fendas parecidas como serpentes. Eram olhos de uma entidade de poderes além da compreensão.
Rayzaki acordou se sentindo sufocado. Seu corpo estava todo transpirado e pegajoso. Seu coração estava acelerado.
- Moth@fuck&r! O que diabos foi isso? Que porcaria de sonho foi esse? Você está brincando comigo?
Rayzaki passou um bom tempo praguejando. Esta era a primeira vez que ele teve um sonho como esse. Um sonho que ele tinha certeza estar ligado com aquela voz que ele ouviu na caverna.
- Vai tomar naquele lugar, bastardo infeliz da porr@! Se você acha que vai usar o futuro rei do mundo para tomar meu reino, então vai tomar naquele lugar!
De mal humor, Rayzaki passou o resto da manhã treinando artes marciais. Apesar de não poder aprender habilidades especiais, seu corpo lembrava da sensação que as pílulas-avatares haviam lhe dado.
Ele se sentia mais flexível do que antes, e podia fazer, com algum esforço, vários movimentos marciais.
Já que ele não podia aprender habilidades, ele pelo menos tinha que ter alguma forma de batalhar, e pra ser sincero, ele sempre sonhou em ser capaz de fazer igual, ou ate melhor que seu ídolo de filmes chinês, Jet Li.
Depois de dias praticando, ele já havia ganhado uma boa experiência e contra mortais ele tinha 90% de certeza que seria o vencedor, já alguém que entrou no caminho dos imortais, talvez ele tinha alguma chance contra alguém no máximo na terceira fileira.
Depois de três horas de pratica, ele havia conseguido aliviar o estresse.
- Tsc... Queria ter pelo menos atingido o nível 10 de Iluminado antes da reunião, mas devo demorar mais uma semana. Infelizmente não tenho dinheiro e nem Pointcoins o suficiente para comprar pílulas de rank superiores.
Ainda tinha 5 dias para começar oficialmente a Reunião Familiar, mas nos últimos dias muitos dos membros que haviam saído, já estavam retornando.
- Hm...?
Ele estranhou ouvir som de passos e vozes em seu pátio particular.
Ao virar ele manteve o rosto impassível, mas por dentro ele sentiu como se tivesse chupado limão.
Era um grupo de cinco pessoas. Quatro homens e uma mulher. O mais velho tinha em torno dos 22 anos, e o mais novo tinha em torno dos 15 anos, mais novo que Rayzaki.
A menina tinha em torno de 18 anos. Todos os outros 4 eram mais velhos que Rayzaki. Todos eles eram primos que gostavam de o importunar.
Eles já até mesmo chegaram a fazer ele ficar de cama por alguns meses. Claro, isso foi com o antigo Rayzaki, mas mesmo assim o atual Rayzaki os odiava.
- Vejam se não é Rayzaki. Ouvi dizer que você finalmente havia entrado no reino Neiran, mas aos meus olhos, continua sendo um lixo. – Chien Zukar, o mais velho do grupo, disse.
“Sério? Não podia ser mais clichê? E justo agora que fiquei fraco novamente? Qual é, isso não tem graça!”
Rayzaki pensou, mas nada disse. Seus olhos permaneciam ilegíveis, como se não houvesse nada a sua frente.
Rayzaki podia não ter percebido, mas ele havia de certa forma mudado depois do que aconteceu na caverna.
Mesmo sendo fraco, ele de certa forma não sentia medo. O por que será disto?
- Lixo ou não, este ainda é meu pátio particular. Posso saber o que a escória esta fazendo aqui sem permissão?
Chien rangeu os dentes.
- Ah, vejo que com apenas estando na segunda camada do reino Neiran, o lixo acha que já deixou de ser lixo. Não se iluda pirralho, você não passa de um inseto que posso esmagar quando quiser.
- Se eu sou lixo, e quanto a você? Com 22 anos, ainda não foi capaz de romper do reino Neiran e prosseguir para o proximo reino. Por que você não apenas... morre?
O tom de Rayzaki era sem sentimentos algum. Pra ele, esses inúteis eram nada mais do que aquilo que não ajuda em nada o desenvolvimento da humanidade.
Todo o grupo rangeu os dentes.
- Como ousa? – Nahlia Zukar se enfureceu.
Esta era outra que continuava no Reino Neiran. Alias, todos eles estavam no reino Neiran, sendo Chien o mais poderoso entre eles estando na ultima camada.
Os cinco se preparavam para atacar Rayzaki.
- Rayzaki, algum problema? – na mesma hora, Tristan Zukar, pai de Rayzaki apareceu na entrada do pátio e perguntou calmamente, mas seus olhos o traíram. Neles havia uma intenção de matar sufocante.
- Nada demais, apenas um bando de inúteis tentando me intimidar. – Rayzaki disse sem nenhuma trava na língua.
Ao ouvi-lo, os cinco se surpreenderam, pois sabiam que mesmo sendo ferido, Rayzaki nunca disse uma palavra sequer para o pai ou irmão, mas agora, ele não deu a mínima e simplesmente disse.
- Vocês tem 10 segundos para saírem daqui antes que eu perca meu controle. – Tristan informou calmamente.
Rangendo os dentes, os cinco saíram com o rabo entre as pernas.
Depois daquela cena meio patética, Rayzaki passou algum tempo com o pai e logo o almoço estava pronto.
Seu irmão iria chegar em breve naquele mesmo dia.
Deitado em sua cama, Rayzaki ficou pensando em algo. Ele se lembrou das novels que leu em seu antigo mundo.
O protagonista sempre tinha um segredo e 99% deles o mantinha secreto, mesmo daqueles que deveriam confiar.
Ele sabia que Raikon desconfiava dele. Como não desconfiar? Ele havia acordado na caverna e sofreu feito um condenado por causa dos raios, depois que terminou, descobriu que sua mente estava cheia de informações sobre as pilulas-avatares. Algo que ele sabia não ter ingerido.
Se fosse Rayzaki no lugar, desconfiar seria pouco, ele teria certeza de que seu irmão era o responsável pelas pilulas, e mesmo assim Raikon não disse uma palavra, apenas o olhava com algum significado, mas na maior parte do tempo agiu normalmente.
Sinceramente? Manter segredo era meio desconfortável. Se ele não pudesse confiar em sua família, então em quem confiaria?
Ele se tornaria alguém clichê que conhece uma beleza por aí, se casam e conta o segredo pra ela, mas não pra sua família?
Não. Uma coisa Rayzaki tinha certeza absoluta. Ele podia confiar sua vida em Tristan e Raikon, e ele mesmo pularia no fogo por eles, então por que não lhes confiar seu segredo?
Naquela hora, ele tinha tomado sua decisão. Iria contar sobre o sistema de nivelamento. Sobre a Macbot e o que aconteceu na floresta Wingworts, a única coisa que ele manteria segredo era de que ele não era seu real filho.
(...)
Por volta das quatro da tarde, Raikon chegou. Ele passou algum tempo com os membros da família, mostrou respeito para o patriarca e os anciões e depois retornou para a casa junto do pai.
- Pai, Raikon. – Rayzaki se juntou a eles na sala principal. Ambos estavam sentados tomando chá.
- Rayzaki, venha se junte a nós e tome chá.
Rayzaki respirou fundo.
- Não, obrigado, eu detesto chá.
Esta informação os pegou de surpresa. Desde quando ele, que sempre tomou chá, o detestava?


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